Estaremos vendo neste texto, o que é o fruto do Espírito e quais suas virtudes, como podemos produzir um fruto com excelência e em quem podemos nos espelhar na produção deste fruto. Um assunto muito importante para a sociedade cristã da atualidade, está sendo cada vez mais difícil de se encontrar pessoas que produzam frutos com excelência para o Reino de Deus, leia com atenção para compreender de maneira clara de como poderemos nos tornar cristãos melhores diante de Deus.
Vamos começar lendo em Gálatas capítulo 5:22
Amado irmão e irmã, percebemos no início da leitura deste versículo que, Paulo ao escreve-lo, menciona apenas a palavra “fruto” ao invés de “frutos”, isso significa, que na verdade, o fruto do Espirito é apenas um, o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidão e a temperança são virtudes deste fruto. Segundo o dicionário, a palavra virtude significa qualidade do que se conforma com o considerado correto, conformidade com o Bem, com a excelência moral ou de conduta, ou seja, algo bom para nossa vida cristã. Um exemplo que meu pastor costuma dar a respeito do fruto do Espirito, é compará-lo à uma mexerica, em alguns lugares, alguns podem conhecer como tangerina, e essa fruta possui dentro de si vários gomos que depois de retirado sua casca, podem ser separados de um em um, mas vemos que era um único fruto, porém, dentro dela tinha vários gomos e estes gomos podem ser considerados as virtudes do fruto do Espírito. Às vezes, algumas pessoas confundem os dons espirituais com o fruto do Espírito, mas os dons espirituais são totalmente diferentes do fruto do Espirito, pois os dons espirituais são vindos do céu, mandados por Deus e já o fruto do Espírito deve ser produzido em nós, somos nós que devemos lutar para poder produzir frutos de qualidade. O dom espiritual vem após o batismo no Espirito Santo, já o fruto deve começar a ser produzido logo após a conversão da pessoa. O fruto do Espírito é como um formador do caráter e da personalidade do cristão, tem relação com a sua santidade, retidão, justiça e fidelidade a Deus diante da sociedade. Algo importante a respeito do fruto do Espirito, é que não tem a possibilidade de produzirmos uma virtude e a outra virtude não, ou produzimos todas as virtudes ou não produzimos nenhuma. Voltando aqui ao exemplo da tangerina, se formos na planta que produz essa fruta e retirar sua casca e colher apenas os gomos dentro e não retirar todos, veremos que a possibilidade de conseguir retirar sua casca e seus gomos sem retirar o fruto da árvore é bem pequena e mesmo se conseguíssemos, os gomos que ficarem presos ao fruto, irão apodrecer rapidamente ou serão destruídos pelos pássaros, e também, o fruto quando é retirado por completo da árvore, sua durabilidade é bem maior, com isso, percebemos que se o cristão não tiver produzindo todas as virtudes, significa que na verdade ele não tem nenhuma virtude deste fruto, não tem a possibilidade de um cristão ter amor, paz, gozo e longanimidade e não ter benignidade, bondade, fé e as demais virtudes, pois se isso acontecesse, as demais virtudes seriam dissipadas e perdidas.
Todo fruto necessita ser produzido, para sua produção é necessário que haja uma árvore e a árvore que produz o fruto do Espírito somos nós. A primeira virtude que aparece em Gálatas, é o amor, alguns pensam em amor apenas entre casais, amor pelos pais e amor pelos amigos. Você reparou que de todas as menções que fiz, se relaciona com pessoas próximas? Creio que amar alguém próximo a nós é algo fácil, mas você consegue amar seu inimigo? Consegue ajudá-lo quando precisar de sua ajuda? Essa é uma pergunta difícil de ser respondida, pois em nosso interior, muitas das vezes, queremos que nossos inimigos se deem mal em todas as partes, mas se formos olhar a virtude de amor, vamos totalmente ao contrário desta virtude. Em Romanos 12:20 diz:
O amor como virtude, é um amor doado, imutável, sacrificial e espontâneo com as pessoas, ou seja, algo que demonstramos de forma voluntária, que não necessita de força para ser executado, também é imutável, que não muda com o tempo independente das atitudes da pessoa a qual é amada e também deve ser algo espontâneo, quando você encontra a pessoa pela primeira vez, mesmo não a conhecendo, você já demonstra um carinho, uma atenção e um amor por ela. Mas, se formos levar esse amor pelo nosso inimigo, conseguiremos amá-lo como se fosse um amigo? Se tivermos produzindo fruto de qualidade, será possível tratar nossos inimigos como se fosse um amigo, mas entenda, tratar bem não é a mesma coisa de manter a pessoa próxima a você ou mesmo dentro de sua casa, mas consiste em ajudar a pessoa no que for possível, seja qual for a necessidade. O ato mais puro, singelo e formidável de amor que sempre costumo mencionar, é o ato que Jesus fez na cruz do calvário. Creio que quando uma pessoa se torna pai ou mãe, se em algum momento o seu filho estiver em situação de morte, se houvesse a possibilidade de morrer no lugar do filho, qualquer pai ou mãe morreria por ele, mas será que se tivesse a possibilidade de morrer no lugar de um grande criminoso, que cometeu vários crimes bárbaros, será que faríamos tal ato? Será que morreríamos no lugar daquele criminoso mesmo nós sendo inocente? Creio eu que a resposta de quase todos será um não. Mas, se formos olhar a atitude de Jesus, vemos que foi isso que ele fez, ele morreu na cruz para salvação de todos nós, independente do que cometemos. Algumas pessoas pensam que se Jesus morreu pelos criminosos também, então eles podem continuar cometendo seus crimes que chegarão no céu da mesma forma, mas isso não funciona desta maneira, Jesus sim morreu por todos, independentemente do crime cometido, mas para ter direito a salvação, é necessário se arrepender de seus pecados e reconhecer Jesus como seu único Salvador, caso contrário, essa pessoa perderá sua salvação.
A segunda virtude mencionada é o gozo, segundo o dicionário, gozo é um estado de satisfação, prazer, sensação ou emoção agradável. Mas como poderemos ter esse gozo? Esse gozo como virtude do fruto do Espírito, é uma alegria constante na vida do crente, causada pelo bem-estar dela com Deus. Esse gozo se manifesta até em meio as tribulações, ele não acaba em meio ao sofrimento. Você consegue estar feliz e agradecer a Deus mesmo em meio a muitas lutas e sofrimento? Isso é algo difícil para aquele que não consegue produzir um fruto do Espírito com qualidade, geralmente, quando estamos em grande sofrimento, o que fazemos é reclamar com as pessoas e muitas das vezes com Deus também. Mas se analisarmos, todas as provas que passamos, nos ajuda a aprender mais, a ficar mais forte, essas provas e sofrimento servem para forjar nossa vida, para que possamos ajudar outras pessoas a passar pela mesma situação. Todos os dias temos um motivo para louvar e agradecer a Deus, devemos agradecer pela vida, pela nossa família, pelo ar que respiramos e pela oportunidade que temos de receber a salvação de nossa alma. Um grande representante de alguém que tinha o gozo em sua vida é Jó, mesmo ele perdendo seus filhos, seu gado, seus funcionários e sua saúde, Jó não reclamou, pelo contrário, ele disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Somente quem tem um gozo verdadeiro em Deus, consegue adorar a ele mesmo diante a situação que Jó estava vivendo, percebemos que Jó foi sincero e verdadeiro, sua fala e adoração era fiel.
A paz como virtude, é uma tranquilidade intima e perfeita com Deus, independente das circunstâncias, mesmo em meio a dificuldades, estamos repousando em Deus. Podemos desfrutar a paz em três sentidos diferentes, a paz com Deus, paz com o próximo e a paz interior. A paz com Deus, é possível ter a partir do momento que recebemos a Jesus como nosso único e suficiente salvador, somente através de Jesus, poderemos ser aceitos por Deus, não há outro intermediador entre Deus e o homem, nós fomos chamados para viver em paz como membros de um só corpo, devemos continuar firmes nesta graça. A paz com o próximo, deve ser constante em nossa vida, a palavra do senhor diz em Romanos 12:18 que no que depender de nós, devemos fazer o possível para viver em paz com todas as pessoas, se não conseguirmos viver em paz com todas as pessoas, jamais será possível nos encontrar com o Senhor. Ter paz interior é estar em um estado de paz mental ou espiritual com conhecimento e entendimento para enfrentar situações de desacordos ou situações estressantes. Tem muitas pessoas que acabam pedindo paz para Deus e para as pessoas, mas a paz como virtude do fruto do Espírito, só pode ser produzida por nós mesmos, mas vemos que muitas destas pessoas que vivem pedindo paz, não conseguem permanecer por um curto espaço de tempo perto de uma pessoa que tenha uma opinião diferente a dela, desta forma, ficará difícil uma pessoa como esta conseguir ter uma paz perfeita com Deus, com o próximo e consigo mesma, devemos entender que a questão de opiniões pessoais são diferentes da nossa, essas questões jamais devem ser discutidas, afinal, opiniões são diferentes umas das outras, se discutirmos a respeito disso, a única coisa que conseguiremos alcançar é o estresse, mas a paz jamais conseguiremos alcançar.
A longanimidade é o amor suportando com paciência o sofrimento, a falta de cortesia e a falta de amor por parte dos outros. Em Efésios 4:2, diz que devemos suportar uns aos outros com paciência, educação e humildade. A palavra do Senhor, nos mostra que devemos ser tardios ao falar e tardio ao se irar, isso é a longanimidade. Podemos tratar a longanimidade como uma paciência extrema, suportando situações de ofensas e injúrias sem se irar. Uma pessoa longânime, demora para se irar ou nunca se ira com determinada situação. Um exemplo de longanimidade é Deus, mesmo nós sendo pecadores, ele sempre fala conosco através do Espírito Santo, nos orienta no caminho, as vezes, vejo certos ensinadores fazendo revelações para pessoas durante o culto e dizem para alguma pessoa que aquela é a última vez que Deus fala com ela, mas não creio nesta palavra, por Deus ser longânimo, enquanto uma pessoa tiver vida, ele sempre falará com ela, ele jamais vai querer uma pessoa se perca do caminho.
A benignidade é o amor compassivo que nunca faz o mal, sempre faz o bem, uma pessoa que produz essa virtude com excelência, é alguém misericordioso, que se compadece das pessoas ao seu redor, essa virtude nos faz sermos gentis com nosso próximo, expressando ternura e compaixão. A benignidade é uma virtude que somente uma pessoa que recebeu a graça do Espírito Santo de Deus, ou seja, quem tem fé na palavra de Deus. Quando Paulo e Silas estavam presos e o chão tremeu e as portas do cárcere se abriram, o carcereiro ao pensar que todos os presos tinham fugido, ele tenta tirar sua vida, no mesmo instante, Paulo grita no interior do cárcere, dizendo que todos ali estavam ainda, foi a benignidade de Deus na vida de Paulo que fez com que ele fizesse isso, uma pessoa que não tem benignidade, teria deixado aquele carcereiro tirar sua vida, por isso, devemos ter essa virtude em nossa vida.
A Bondade é o amor na prática do bem, o amor em ação, é ser uma bênção na vida do outro, quem pratica a bondade, alcança o favor de Deus, ser bondoso é ser generoso com os outros, aquele que sacrifica seus próprios interesses em favor de outrem, mesmo essa pessoa não tendo grau de amizade ou parentesco com ela. A palavra do Senhor nos mostra que a nossa salvação não é através de nossas obras para que nós não nos gloriemos delas, mas o salvo pratica as boas obras, como salvos, devemos praticar boas obras, isso demonstra que temos bondade em nosso coração.
A fé como virtude é o amor confiando e esperando, é através da fé que o crente se mantém fiel a Deus em quaisquer circunstâncias, descobrimos se temos essa virtude, quando somos tentados a infidelidade, ou seja, a não confiar em Deus diante da dificuldade. Como um exemplo de fé, podemos representar essa fé através da palmeira, nas escrituras, elas também são conhecidas como tamareiras, essas árvores podem atingir até 30 metros de altura e viver 150 anos. As raízes da palmeira são profundas, por serem profundas, as palmeiras conseguem viver até em desertos sem muita dificuldade. Vejam um exemplo extraordinário de fé, um cristão que tem uma fé como a palmeira, consegue estar em lugares altos, mas se vier uma forte tempestade, por suas raízes serem profundas, o vendaval não conseguirá derrubar seu tronco, seria muito importante se todos os cristãos fossem desta maneira, cresceu muito, mas não é qualquer vento que o derruba, não é qualquer prova que o faz desanimar, não é qualquer dificuldade que o faz parar de servir a Deus, enfim, seja como a palmeira.
Mansidão, ela tem sido a virtude mais difícil de ser encontrada nas pessoas hoje em dia, vivemos em uma sociedade que vice estressada com problemas e dificuldades e em muitos momentos, não conseguem ser mansos. A mansidão é uma virtude que nos torna pacíficos e serenos diante de situações irritantes, perturbadoras e desagradáveis, na atualidade, quando nos deparamos com essas situações, a maioria das pessoas já se irritam também, não conseguem se manter pacífico diante da situação, como cristãos, devemos ser pacificadores, não podemos causar mais discórdia, quando estivermos em meio a situações irritantes, devemos nos manter mansos e tentar pacificar a situação, somente quem tem uma boa virtude de mansidão, consegue se manter manso diante de uma situação difícil e irritante, mas só conseguiremos nos manter manso se tivermos o Espírito Santo vivo e ativo dentro de nós. Um belo exemplo que temos de mansidão é o exemplo de Jesus, ele disse em Mateus 11:29 que devemos aprender a mansidão com ele que se manteve manso mesmo diante de seu traidor, e curou a orelha do sumo sacerdote que fazia parte dos que tinham ido prendê-lo. Se passássemos hoje pela mesma situação que Jesus passou, nossa natureza pecaminosa faria com que comemorássemos o que Pedro fez com aquele sumo sacerdote, pois nós queremos sempre a nossa proteção independente do que aconteça com o próximo. Por esse motivo, devemos sempre nos espelhar em Jesus, ele é nosso grande exemplo de mansidão.
A temperança é o ser humano se disciplinando e controlando, Deus nos deu o livre arbítrio, o direito de escolher o que queremos, mas ele sempre guia aquele que deseja ser guiado por ele. A temperança nos faz nos submeter a Jesus com alegria e espontaneidade. O Espírito Santo, através da temperança, nos ajuda ter domínio próprio no controle de nossas ações e emoções e também a colocar um freio contra as paixões da carne, pelas quais vão contra os propósitos de Deus para nossa vida, as vezes, somos tentados a voltar a praticar aqueles velhos pecados que ficaram no passado, mas através desta virtude, o cristão consegue perceber que a vontade, o propósito e a promessa de Deus para a vida dele é mais importante, e assim ele consegue ser vitorioso na presença de Deus. A temperança ou o domínio próprio, envolve todas as áreas de nossa vida, nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos, através do domínio próprio, conseguimos nos controlar e permanecer fiéis a Deus mesmo diante de situações difíceis e desafiadoras.
A frutificação não nos foi dada por opção, produzir o fruto do Espírito é como uma obrigação, fomos chamados para frutificar, “Deus nos plantou” em algum determinado lugar para podermos produzir frutos, e frutos de qualidade, é através dele que muitos verão se somos uma árvore que produz frutos bons ou maus, a palavra de Deus diz que a árvore que não produz bom fruto, deve ser arrancada e atirada ao fogo e a árvore que produz bons frutos, deve ser podada para dar mais frutos, assim, podemos perceber que Deus requer de nós, que sejamos uma árvore boa que produz frutos bons, que sirva de descanso e sombra para as pessoas, que seus frutos sirvam de alimentos para todos os seres humanos. Todas as pessoas que fizeram uma aliança com Deus, foram designadas para produção do fruto do Espírito, para que deixe de ser carnal e passe a ser espiritual. Para produzirmos um bom fruto do Espírito, devemos ser sensíveis e tementes a voz de Deus, devemos ter intimidade com ele para que possamos identificar sua voz em meio a tantas vozes que ouvimos no dia a dia. Percebemos que quando começamos a conversar com uma pessoa com muita frequência, a qualquer momento que aquela pessoa fale conosco, mesmo em meio a muitas outras pessoas falando, conseguiremos decifrar e saber quem é a pessoa que está falando conosco, assim também é Deus, se passamos a falar com ele todos os dias e com muita frequência, conseguiremos entender a voz dele em meio a tantas outras, pois passamos a ter intimidade com ele, mesmo que o local que estejamos seja barulhento, conseguiremos entender o que ele está falando conosco. A única maneira que conseguiremos ter intimidade com Deus é através da oração e a leitura da Bíblia, se oramos com frequência, a voz do Senhor será conhecida facilmente por nós, e através da leitura da Bíblia, conseguiremos ver as inúmeras formas que Deus se comunica conosco. Se analisarmos bem as escrituras sagradas, podemos entender que Jesus foi um homem que conseguiu produzir um fruto de excelência, o ato mais belo de amor ao próximo expressado por Jesus, foi a multiplicação dos pães e peixes, na primeira multiplicação, havia uma grande multidão seguindo Jesus onde ele ia, Jesus comparou aquela multidão como ovelhas que não tinham pastor, se movendo de íntima compaixão com aquele povo, os ensinou muitas coisas, e para não os despedirem com fome, pediu aos seus discípulos que fossem comprar pães para aquele povo, mas a quantidade de dinheiro que havia, não seria suficiente para alimentar todo aquele povo, pois eram muitos, então foi o momento que Jesus fez a multiplicação dos pães e peixes e toda aquela multidão se alimentou até se fartarem e ainda sobejaram vários sextos de pães. Percebemos que Jesus deve ser o nosso maior exemplo, devemos imitá-lo em todas as situações da vida, seja ela qual for, sempre encontraremos uma virtude em nosso Senhor.